Texto: Prazer, tá falando comigo


Prazer, está falando comigo. Inferno dentro da cabeça. Mil cenários apocalípticos. Choros sem motivo específico. Loucura insana. Talvez eu seja mesmo louca. Talvez eu seja claramente perturbada. E tá tudo certo. Creio que hajam loucuras piores, e bem, eu? To tentando arduamente dominar a minha. Mas não é fácil. Os medos querem todo o tempo tomar conta de mim. Eles tem a certeza de que vão me dominar. Me fazer me isolar. Me fechar. Chorar até não poder mais. E eu me odeio por deixar essas coisas virem a tona. Por deixar elas me deixarem nesse estado. Isso tudo não deveria me afetar, mas acaba me afetando. Eu deveria estar em um outro nível de plenitude. Talvez a plenitude que permitisse entender mais as pessoas, e faze-las perceber a consequência de seus atos com as pessoas ao seu redor. Se as pessoas ao menos soubessem as sequelas que elas deixam. Será mesmo que se elas soubessem seria diferente ou elas fariam do mesmo jeito e da mesma forma? 

Tenho trabalhado bastante na minha respiração para que eu possa manter o controle só que nem sempre isso funciona. Então, o choro vem e aquela agonia doída dentro do peito sobe. Minha mente luta contra mim me dizendo que não sou boa o suficiente. Que nada do que eu faça vai adiantar. Que nada eu faço direito. E sabe o que é mais foda? Que na maior parte do tempo, eu acredito nisso. E acredito tanto que me bloqueio de várias coisas. Quem precisa de inimigo quando se tem você própria como vilã? Não há nada que tenham me dito na vida que me machuque mais do que eu já disse pra mim mesma. Sou uma carrasca comigo. Em todas as vezes que eu falho. Em todas as vezes que as coisas dão errado. Mas, eu juro que to tentando. E essas tentativas podem não parecer por fora, mas por dentro? Uma guerra está acontecendo quase todo momento e eu estou cansada de perder para os pensamentos na minha cabeça.

Eu me xingo com meus próprios palavrões. Cavo meu próprio buraco. Me empurro do penhasco. Me jogo da montanha. Corto meu próprio coração. Me afogo no meio da imensidão da minha agonia.  Eu me mordo com meus próprios tubarões. Julgo minha própria sentença. E ela nunca termina. Então, me desculpe não há nada do que possam me dizer que vá me afetar mais do que eu mesma já me causei.  Não sou o que minha mente insiste me dizer. Não sou o coco do cavalo que me fizeram querer acreditar boa parte da minha vida. Não sou a fracassada. Não sou a dramática e nem a vítima. Não sou a melhor. Não sou perfeita. Não sou completamente sã. E nem tão pouco feliz. Ando em busca dela o tempo todo. Eu não sou tudo isso,  sinto muito dizer que não sou demais mas também não sou  pouca bosta. 

Tropeçando nas próprias pedras ao caminho. Me afogando e voltando para pegar um folego e voltar a sentir que estou sem ar. Se eu sinto um resquício de felicidade, eu mesma me paro e penso que algo vai dar errado. É cansativo. Ninguém quer estar ao meu lado. Ninguém esteve ao meu lado em todos esses momentos. A maioria foi embora. Sem explicações, com promessas falsas de aquela vez seria tudo diferente e adivinha? Não foi. Eu devia estar preparada mas nunca estive. Nunca me acostumo e sempre dói. Ninguém consegue realmente e plenamente entender. As pessoas preferem se afastar ao segurar a mão. Preferem fugir ao abraçar e dizer que tudo vai ficar bem. E sabe o que é mais engraçado? De todas essas vezes o máximo que muitas vezes eu precisei era um abraço e alguém que me dissesse que tudo ia ficar bem. Era só disso que eu precisava. Mas, no final eu que segurei minha própria mão. Eu que repeti pra mim mesma que as coisas iam se acertar mesmo sem ter certeza, mas eu só tinha isso ao que me agarrar. Então, não. Eu não sou perfeita. Não sou padrão. Não sou incrivelmente equilibrada. Nem creio que alguém seja. Eu sou isso. Um emaranhado de coisas que lutam para ficarem no equilíbrio. Não sou o que você diz em nenhum sentido. Sou mais. Sempre mais. E sempre em luta para ficar em paz. Apenas paz.

Referencias da música "nao sou demais da luisa sonza"

Um comentário:



Topo