Filme: A menina que matou os pais/ O menino que matou meus pais


Filmes : A menina que matou os pais/O menino que matou meus pais
Lançamento: Setembro de 2021
Gênero: Caso real, Crime
Duração: 1 hora e 20 minutos cada
Roteiro: Ilana Casoy e Raphael Montes
Onde assistir: Prime Video
Nota: 3 de 5


Finalmente esses filmes foram lançados depois de tantos adiamentos por conta da pandemia. Desde que anunciaram que os longas seriam produzidos, instalou-se uma discussão entre as pessoas. Umas acharam ruim que o longa se baseasse em um crime tão brutal que chocou o país, outras estavam ansiosas para conferir a produção. Acontece que nos EUA é bem comum produzirem filmes baseados em casos reais de assassinatos ou outros crimes. Ted Bundy, um dos seriais killers mais conhecidos do país, tem vários filmes e documentários sobre a série de assassinatos que chocou o país além de outras adaptações. Lá isso não é nenhum pouco estranho. Inclusive, até já resenhei aqui pra vocês o filme do Ted Bundy, o documentário e o filme do Dahmer , outro serial killer famoso. No Brasil, há alguns casos bem famosos de assassinatos mas nenhum deles até então, havia sido adaptado para o cinema.  Não precisamos falar do enredo, porque você já sabe do que se trata. O caso Richthofen ficou conhecido no Brasil inteiro em 2002, quando foi descoberto que a garota arquitetou e com a ajuda do namorado e seu irmão matou os pais brutalmente para ficar com o dinheiro da família.

Algum tempo depois, saiu o anúncio de que o filme estaria sendo produzido e de que Carla Diaz interpretaria Suzane. O borburinho começou mais uma vez, críticas de um lado, elogios do outro. O filme teve seu trailer liberado e previsões que continuavam sendo adiadas para ir ao cinema devido a pandemia. Até que finalmente, a AMAZON PRIME adquiriu os direitos para lançar os 2 filmes em sua plataforma. E foi um sucesso. Ambos seguem a linha de mais assistidos da mesma e tem agradado bastante as críticas apesar de ter algumas falhas de roteiro. O longa que é baseado nos autos do julgamento, sendo assim no depoimento dos 2 sobre o que aconteceu tem como intuito mostrar duas versões diferentes com os mesmos acontecimentos e deixar o público julgar em quem deve acreditar. 

Achei muito interessante essa premissa de fazer 2 filmes com pontos de vista diferente com os mesmos acontecimentos e deixar para que o público julgue e decida por si só. Não há um ordem certa para assistir os mesmos, vai muito de sua preferência, eu assisti primeiro a versão de Suzane e depois a do Daniel. Confesso que depois dessa especulação toda em cima do filme, eu esperava algo incrível. Tipo, de tirar o fôlego. Arrepiante. Eeee não foi bem isso que aconteceu. O desenvolvimento do mesmo é bem morno, e sinto que muitas vezes demoram para desenvolver os pontos interessantes que levam direto ao ponto. O assassinato dos pais da Suzane ficou um pouco de lado, e as reações dos 2 depois do ato, ficou sem destaque esmoecendo o que poderia ser uma atuação muito mais aproveitada. A Carla Diaz está muito bem no papel, e nota-se o quanto ela é boa quando ela precisa gravar a mesma história 2 vezes e se comportar de 2 maneira já que as versãoes são abordadas por cada um com um tipo de personalidade. Pra mim, ficou aquela sensação de um acusando o outro do erro, e nenhum dos dois querendo assumir de verdade a culpa do crime. Os 2 filmes juntos em um só parecem mais ser de verdade do que uma das versões individuais de cada. Nenhum deles ali é bonzinho como alega ser, ou foi influenciado pelo outro. Um ponto positivo foi que achei o longa conciso. Ele não vangloreia os acusados e nem o que fizeram. Apenas explora os acontecimentos e os supostos motivos de os mesmo terem feito isso. 

O filme não teve verba pública, e se baseou nos testemunhos do julgamento, sendo assim os irmãos Cravinho e Suzanne não tem direitos sobre a história ou lucros. E também não tiveram envolvimento com o roteiro ou produção. Creio que alguns pontos poderiam ser explorados , como o Andreas, irmão mais novo da Suzanne que teve um papel essencial ali. Alguns outros pontos mais cruciais da história poderiam ter sido mais explorados para que gerasse uma certa tensão, porém isso não foi atingido com os 2 filmes. Em um certo momento do longa me perguntei se haveria algum ponto alto e poucos momentos de atuação de ambo salvaram essa minha vontade. É um filme bem produzido que peca em alguns pontos de adaptação da história real, mas que em si não deixa de ser bom por instigar a pessoa do outro lado da tela a aguçar sua curiosidade e se perguntar em quais das versões parece mais convincente. É uma ótima pedida se tu curte filmes adaptados de casos reais, assassinatos e outras coisas do mesmo nicho. 










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