Estou deitada na cama, tudo está escuro e olho para o teto. Deve ser mesmo o fim do poço. Olha só, eu de novo no lugar que pensei que nunca mais estaria. Sentindo as dores que nunca mais pensei que teria. Porque achei que era você. Tipo, de verdade. Real mesmo. Você me via, mas via de verdade. Via tão lindamente que era só dizer uma palavra e mesmo com todas as minhas inseguranças eu só ia. Você me desejava mesmo com todas as minhas dores, me segurava pra não cair e era meu lugar preferido quando eu queria correr. Você viu o que ninguém viu. O que ninguém viu. Te contei coisas que nunca contei pra ninguém. A não ser você. Eu me abri. Abri completamente, diferente de qualquer tipo de relação que eu tinha tido antes. É, eu achei que era você. Talvez por quando minha insegurança falasse mais alto, você repetia as mesmas coisas toda hora.
Talvez por que quando eu chorava, você fazia algo bobo pra me animar ou contava alguma piada sem graça, mas que mesmo assim me tirava um sorriso. Talvez porque quando eu estava triste, você era minha alegria. Quando eu estava desanimada, você era minha força. E quando eu era negativa, você era positivo pelo dois. Por mim e por você. Talvez pelo modo que você me olhava, que cuidava de mim ou me pegava de surpresa. Talvez pelos vídeos que você me fez, talvez pelos pedidos de casamento, pelos planos feitos, pelos áudios trocados imaginando uma vida com nosso lugar e nosso Golden. Só eu e você, e mais ninguém pra atrapalhar, você dizia. Você dizia que eu era tudo pra você, a melhor coisa que te aconteceu. Só que o mundo dá voltas e agora você não me vê mais. Você diz que nada mudou, mas tudo mudou. Suas palavras mudaram. Seu jeito mudou e você continua dizendo que é só seguir a vida. É só superar e não pensar nisso. É só jogar as lembranças pra debaixo do tapete e esquecer. Esquecer que planejávamos ficar juntos até velhinhos. Algo mudou.
Uma vez você disse que não via mais sua vida sem mim, e agora você me diz pra apenas seguir a vida. Fácil assim. Como se estivéssemos falando de um assunto cotidiano. Enquanto eu, continuo aqui. Chorando quase todas as noites. Sem conseguir dormir na maioria delas. Atormentada pelas lembranças. Por você ter me feito te amar. Você me via. Me via de verdade. Via meu coração. Mas agora, é como se não me conhecesse, como se eu te não conhecesse mais. Não pense que você me deve nada, nunca quis pena ou ressentimento. Acabou. Não estamos mais juntos. Não sobrou mais nada, nada menos. Por que você não me vê mais, não me sente mais ou talvez não me ame mais. Sinto como se fosse invisível pra você. Porque sua fala passa direto por mim. Você não me vê. Não me vê. Não como sou. Não como costumava. Não é fácil dizer isso, mas estou desaparecendo aos poucos. Aos poucos estamos nos deixando, e quando tudo sumir quem vai apagar as memórias da minha mente. Afinal, de acordo com você é só superar não é?
Inspirado por B.A.S
Inspirado por B.A.S
Ótima postagem. Beijos!
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