Eu simplesmente devia parar. Parar com essa mania de fantasiar. De desejar que as coisas fossem como são nos livros ou nos filmes que passam pela minha vida. Eu os amo e os odeio ao mesmo tempo. As coisas na realidade não são assim, e eu ainda não vivenciei metade do que realmente queria sentir. Pensar muito nisso me chateia. Eu sempre quero mais. A intensidade ainda vem com força aqui dentro de mim. Como ondas perigosas em um dia de tormenta. Eu paro, respiro, inspiro e fecho os olhos. Repito a mesma frase " Caralho, você é adulta. Até quando vai agir que nem uma idiota?". Mas não dá. E sabe por que? Essa é quem eu sou. E não posso mudar isso. Então acho que vou ser uma idiota do caralho pra sempre. É assim. Desse jeito. Porque eu sou o momento. O presente. O agora. Quero desesperadamente sentir todas as coisas em cada detalhe pra que possa me lembrar depois.
Quero me arriscar mesmo morrendo de medo. Há um tipo de chama aqui dentro, e se você souber incendia-la não fique por perto pois pode haver queimaduras. É pura combustão. A explosão ocorre e ai não tem como se safar. Quando você se der conta pode estar perdido no meio da confusão e do calor. Não sei disfarçar nem muito menos sei fingir que não estou sentindo nada. Sempre fui muito transparente. Falo o que vier a cabeça sem pensar no que falei. Ajo por impulso e me arrependo depois. Prefiro as coisas assim desse jeito. Bagunçadas, confusas e intensas como eu. Pelo menos eu to fazendo aquilo que sinto. Aquilo que quero. Aquilo de que preciso para continuar vivendo. Respirando. Sentindo.
Quero tanto sentir algo. Desesperadamente. E isso me assusta. Pra caralho. Tenho medo de me enganar. De embarcar rápido demais. De nunca sentir algo verdadeiro. Quero uma mistura de tudo. Quero sentir aquela paixão avassaladora, que não te deixa dormir e que te tira o fôlego. Aquela paixão que te faz pensar na pessoa toda hora e que te faz querer falar com ela todo o tempo mesmo sem nada pra dizer. Aquela que te faz pensar besteiras, que te faz sorrir e que te causa arrepios. Quero aquela paixão que me faz sair desse papel de menininha contida em que me sinto presa a séculos. Quero sentir que posso ser mulher, quero o olhar devoção, a vontade estampada na cara misturadas com o sentimento de não poder continuar sem aquela pessoa.
Não ligo pra dor. Não ligo pra mágoa. Eventualmente na vida a gente se machuca. Querendo ou não. É inevitável. Acho que eu só quero alguém que me olhe de verdade, que se preocupe o suficiente e que me faça sorrir mais do que quero chorar. Pode parecer meio confuso, mas juro que não é. Não é tão complicado. É tão simples que eu até me assusto. Me assusto pensando que se é tão fácil porque não encontrei ninguém que me faça sentir isso? E quanto tempo mais ainda vou ficar esperando? Não quero pensar na possibilidade de não sentir isso nunca na vida. Não posso pensar. Preciso disso, mais do que posso falar. Porque afinal eu sou feita de sensações, e as sensações precisam ser sentidas. Do jeito que elas merecem.
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