Texto: Sobre o turbilhão de coisas dentro de mim


Neguei tanto pra mim isso que agora admitir dói mais do que o esperado. Queria tanto achar erro nos outros, dizer que eles são culpados por tudo. Eu não queria ver, não queria admitir que talvez a maior parte do problema estivesse comigo. E agora que está claro realmente não sei o que pensar ou o que dizer pra mim mesma. É muita coisa borbulhando aqui dentro, como um vulcão prestes a entra em erupção. Inconstância. Intensidade. Só de falar nisso sinto meus olhos lacrimejarem. Queria tanto que fosse mais fácil lidar com esses sentimentos. Queria tanto deixar minha racionalidade comandar. Na cabeça várias perguntas, várias reflexões e uma vontade enorme de transformar tudo do dia pra noite. Mas não é assim que acontece. As coisa não mudam em 24 horas. As preocupações batiam na minha porta incansavelmente, as inseguranças aumentavam e a busca por respostas não terminava. Ah como é difícil enfrentar a si mesma. Estou nessa transição de me entender, de lidar com tudo, de segurar meu emocional e admitir meus erros.

Quando suas atitudes são escancaradas no seu rosto você pensa em todas as justificativas possíveis para se defender. Mas são só desculpas que você sabe lá no fundo que nem são verdade. Sinto saudade de algo que não sei definir, sinto inquietude, estranheza, urgência e necessidade de alguma coisa. Sinto desespero por estar em um labirinto sem poder enxergar o que está a minha frente, sinto medo por me sentir presa em uma armadilha que parece não ter saída. Isso vai e volta. Isso aumenta e diminui. Isso me faz chorar e sorrir. Isso muda de nome, de intensidade, de tamanho, de sensação, mas não me deixa. Durante todo esse tempo eu me escondi. Eu me limitei, eu tive medo quando tudo que eu mais queria era me libertar. A necessidade era tão grande que me prendia a pessoas que nem sabia porque mantinha por perto. A urgência se tornou tão grande que eu insistia como uma chata na mesma coisa mesmo não dando certo. A ansiedade se tornou tão constante que eu só pensava que tinha feito o suficiente. Nunca fui o problema. Você nunca foi o problema. O problema estava no modo como eu estava. Transitório. Uma fase. Um estado emocional. De ver quando brigo comigo mesma. Não de vez em quando. Parece que é uma batalha constante. Ninguém quer dar o braço a torcer, aceitar verdades ou enxergar o inevitável. Por mais arranhões e machucados que a vida insista em fazer você tem que continuar. Pense o que quiser. Pise mais forte, construa mais cercas, quebre aquela porcelana delicada.

 A verdade é que quando a raiva e toda a confusão for embora as coisas vão parecer melhores.  Tudo depende de como lidamos, como absorvemos e como reagimos a tudo ao nosso redor. Se você pensar que não consegue, nada te fará conseguir.  Uma hora cansa eu sei. Uma hora respirar fundo já não funciona tanto como antes. Mas a vida é cheia de fases. Somos seres diferentes. Com defeitos, qualidade e falhas. Reagimos diferentes, temos sonhos diferentes e concepções diferentes.Não tem muito jeito. O que resta fazer é organizar da melhor forma sua bagunça, transformar o que te aflige, respirar mais e mais até cansar, abraçar para chorar, gritar para espantar o medo e se transformar quantas vezes forem necessárias. Porque tudo é uma constante mudança. Nada é permanente e reconhecer tudo que precisa ir embora pra você evoluir e melhorar não é nada fácil. Não tem sido nada fácil. Nem pra mim. Nem pra você. Nem pra ninguém.

Um comentário:

  1. UaU! Que texto com tantos sentimentos vividos por mim. <3
    www.cinthiafabiana.blogspot.com.br

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