Resenha de Livro: O que há de estranho em mim


Livro: O que há de Estranho em Mim
Autora: Gayle Forman
Ano: 2016
Páginas: 224
Editora: Arqueiro
Nota: 4 de 5

Mais um livro da Gayle Forman, a autora de Se eu ficar que ficou super conhecida aqui no Brasil. Se você curtiu Se eu ficar saiba que a pegada nesse livro aqui é totalmente diferente assim como foi em Eu estive Aqui. Vamos falar do enredo primeiro.  Red Rock não é um internato qualquer. É uma escola que diz ajudar meninas que tem problemas a encontrarem uma solução e também se encontrarem na vida. Bom, pelo menos é isso que pensa o pai de Britt ao manda-la para essa escola. A garota que segundo o pai, apresenta sinais claro de rebeldia passa integrar um internato com um método peculiar e estranho de ajudar seus pacientes. Brit está arrasada. Com xingamentos, ofensas, fingimentos e um monte de pessoas mal intencionadas ao seu redor Britt tem que fingir que está aceitando tudo até encontrar uma saída. E é ai que ela conhece meninas com problemas similares e que estão tão revoltadas como ela. Red Rock tem regras, protocolos e métodos nada legais. Com um passado meio tenebroso por conta da mãe que tem uma doença mental, Britt se vê com medo do seu próprio futuro, mas com a ajuda de algumas meninas do internato vai descobrir que pode fazer muito mais do que pensa e que pode superar suas limitações. Enquanto faz amizades, Britt se encontra com as meninas e juntas elas tramam algo infalível para derrubar a Red Rock e mostrar ao mundo o que o internato faz com seus pacientes.

Esse livro me deixou um pouquinho dividia. Vou explicar o motivo. A premissa é bem inteligente. A autora ressalta que resolveu abordar esse tipo de assunto no livro porque trabalhou algum tempo em uma revista jovem e soube de algumas instituições parecidas. Percebi que os livros da Gayle Forman tem toda uma atmosfera diferente em que a autora quer passar alguma mensagem mais séria. E eu gostei pra caramba da temática. A história é interessante e a premissa de não ser um romance e sim uma história reflexiva que te faz pensar em alguma coisinhas fornece bons pontos positivos pro livro. A narrativa começa devagar e já vai direto ao ponto. Confesso que em muitos momentos senti meu coração apertado pela descrição dos métodos da Red Rock dentro do desenvolvimento da história.

É pessoal. Nada de bacana. Sessões de xingamentos. Críticas. Bullying. Influência pesada na sua saúde mental. O tal "internato" é horrível e Britt me pareceu bem mais forte do que parece. O que faz perder pontos é o desenvolvimento que em certos pontos ocorre devagar e não soa tão bem desenvolvido. Os métodos da instituiçao e de como temos que parar de julgar as pessoas pelo que são são coisas a se pensar quando se está lendo a obra. Abusos morais contra os pacientes são evidente e isso como eu citei é uma coisa presente nos EUA. Aqui no Brasil, acredito que isso valha para as famílias em casa e em outros lugares em que há abuso mental por meio de opressão. Não é um livro super desenvolvido, porém até que corre rápido pelos capítulos não serem tão longos. Quando você se envolve com os personagens, pode pensar que tem muito estereótipo. A patricinha, a gordinha, a bissexual, a rebelde. Porém, esses esteriotipos são essenciais para que a história seja interessante e complemente a mensagem final. Dá pra pensar bastante em como se é encarada a adolescencia pelos jovens e pelos pais, e que nem tudo se trata de rebeldia ou de apenas uma fase. O que certos jovens precisam é de apoio e compreensão.

O que há de estranho em mim me fez refletir e me fez pensar em questões que eu nunca tinha parado pra se aprofundar antes. Os personagens não me agradaram tanto, a trama não me envolveu tanto a ponto de o mesmo se tornar meu queridinho mas é uma boa leitura, bem diferente dos livros habituais que você vá ler atualmente. Tem uma boa premissa, diferente das temáticas usadas e com uma história boa que passa a mensagem principal. Recomendo.





"Eu começava a reparar que o maior empecilho na Red Rock não eram as portas trancadas nem os alarmes, mas o nosso próprio medo. E apenas nós mesmas podíamos dar um jeito nisso."
Quando me trancaram na Red Rock, comecei a me sentir vazia, cansada e, na maioria das vezes, revoltada. Em alguns dias, eu simplesmente desejava desaparecer da face da Terra. Portanto, não só eu não fazia a menor ideia dequando poderia voltar à minha vida normal, como também não sabiaquem eu seria quando isso enfim acontecesse.”

“Era como se a música me curasse, trazendo de volta a pessoa eu era, a minha autoconfiança, lembrando que os seis meses anteriores eram apenas uma exceção. A vida real era maravilhosa e, por mais distante que parecesse naquele momento, ainda existia. Eu ainda existia.”





Ao internar a filha numa clínica, o pai de Brit acredita que está ajudando a menina, mas a verdade é que o lugar só lhe faz mal. Aos 16 anos, ela se vê diante de um duvidoso método de terapia, que inclui xingar as outras jovens e dedurar as infrações alheias para ganhar a liberdade. Sem saber em quem confiar e determinada a não cooperar com os conselheiros, Brit se isola. Mas não fica sozinha por muito tempo. Logo outras garotas se unem a ela na resistência àquele modo de vida hostil. V, Bebe, Martha e Cassie se tornam seu oásis em meio ao deserto de opressão. Juntas, as cinco amigas vão em busca de uma forma de desafiar o sistema, mostrar ao mundo que não têm nada de desajustadas e dar fim ao suplício de viver numa instituição que as enlouquece.




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