- Se você quer que eu vá embora porque não diz de uma vez?
- Não quero que vá embora, Katrina.
Katrina. O apelido que ele me deu quando nos conhecemos. Relacionado ao furacão. Furacão que ele achava que eu era pra ele.
- Então, por que você age como se quisesse?
- Não é bem assim.
- Como é? Me explica.
...(silêncio)
- Você não sabe como é isso pra mim.
- Como é?
- Não vai adiantar falar. Seria mais fácil se eu não gostasse tanto de você.
- Por que?
- Porque seria mais fácil desistir.
- Você já quis desistir?
- Muitas vezes, mas eu sempre volto atrás. Talvez seja idiotice.
- Não é idiotice.
- Como não? Está obvio que você não me quer por perto.
- As pessoas tem diferentes modos de demonstrar.
- E qual é o seu?
- Você verá.
- Quando?
- Na hora certa.
- A ideia de hora certa não existe. Palavras são só palavras quando não são demonstradas.
- Concordo, mas embora eu não fale muito eu gosto de você.
- Pelo que?
- Você não é como as outras.
- Por que eu sou o idiota o bastante pra continuar insistindo em você?
- Porque você é especial.
- Não sou especial, sou apenas alguém que é boba demais pra desistir de alguém que gosta muito.
- Não fala desse jeito.
- Não há outro modo de falar.
- Não sei o que dizer.
- Você nunca sabe e nisso sou eu que sempre digo as coisas.
- Não é desse jeito.
- Pode até ser, só talvez seja a hora de eu ir embora sem olhar pra trás.
(Silêncio ....)
Depois daquele dia nunca mais nos falamos e meu coração se quebrou ao meio. Afinal, quem fala demais mas nunca demonstra não sabe o que está falando e o comprometimento das palavras.
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