Especial: Resenha Livro+ Filme 3096 dias de cativeiro



Livro: 3096 dias Natascha Kampusch
Autora: Natascha Kampusch
Editora: Verus Editora
Ano: 2011
Páginas: 225
Nota: 5 de 5


Essa é primeira resenha dupla que faço. De livro e de filme. Já tinha conhecido a história da Natascha há um tempinho por intermédio do filme e fiquei surpresa ao tomar conhecimento do livro. Assim que tive a oportunidade de ler me afundei nos relatos da vida da garota que passou 8 anos em cativeiro com um cara com sérios problemas psicológicos. O livro tem certas diferenças com o filme em que é baseado porém vamos falar disso mais embaixo. Pra começar vou dizer que o livro é extremamente sincero e aberto. Acredito que quando ela decidiu relatar tudo em um livro se abriu de uma forma completa e inteira e isso se pode notar nos relatos das páginas e pelos detalhes de sentimentos e sensações que passaram pela cabeça da menina. Natascha começa falando de como era sua vida antes de ser sequestrada com sua família e seus pais e daí já se nota que a garota tinha sérios problemas familiares. Os pais que não sabiam ser um apoio emocional e psicológico pra garota a compensavam de forma errada e agiam de forma imprudente. Natascha não tem medo de descrever como era sua relação em casa com os pais e como se sentia com relação a isso. Após alguns capítulos, Natascha finalmente chega no dia em que foi sequestrada. Dai em diante até o final do livro, a menina descreve como sobreviveu e como teve forças psicológicas para aguentar aquele inferno. Com apenas 8 anos na época, a garota era uma criança e como uma criança Natascha teve que se adaptar ao sequestrador que durante um bom tempo foi seu único exemplo adulto. Os relatos do começo do sequestro são os mais difíceis na minha opinião, já que como criança a garota não sabia muito bem como se sentir com um cara que acabou de leva-la pra longe de sua família.


No meio da narrativa e das lembranças, a garota descreve as sensações psicológicas e suas opiniões de como passou por tudo aquilo na época de uma forma bem sincera. O que mais me surpreendeu nos relatos do livro são que Natascha não se conteve em quase nada enquanto falava dos anos com o sequestrador enriquecendo com os detalhes o que deve ter sido bem complicado mas o mais importante foi que com a narrativa e a escrita do livro senti que a mesma pode refletir sobre as coisas que passou e os efeitos sobre ela. De fato, a garota teve que ter uma estabilidade psicológica grande para não desmoronar e até conseguir se manter firme. A única coisa não relatada no livro a pedido de Natascha foram as possíveis relações e abusos sexuais por parte do sequestrador. Os relatos de desesperança também estão presentes já que após alguns anos a garota perdeu algumas esperanças de que fosse escapar daquela tortura. Ela fala das tentativas de suicídio, da rotina maluca e da paranoia completa e obsessiva do sequestrador que se desesperava com a possibilidade de perde-la ou de que ela fugisse. Natascha conforme os anos se passaram no cativeiro mirabolou vários planos para poder fugir porém sem sucesso já que as ameaças do sequestrador sobre mata-la e matar todo mundo a mantinham quieta e calada. Há também uma grande diferença do livro e de como o filme começa já que no relato de Natascha o sequestrador a pega com o intuito de vende-la para outro grupo. Depois com uma desculpa o mesmo diz que as pessoas desistiram e até dá esperanças no começo de que se dessem uma recompensa ele a soltaria. Mas com o passar dos dias, a garota percebe que ele nunca iria solta-la e ele confessa que ela nunca sairá dali. As torturas psicológicas e físicas são intensas e envolventes e você se pergunta como a garota conseguiu manter a sanidade por 8 anos com um cara que não tinha nenhum equilíbrio mental. As esperanças de que a polícia estivesse a sua procura, os pensamentos da garota em sua família, a saudade da mãe e de casa e principalmente a esperança de que algum dia sairia dali são as partes motivantes do livro.

 3096 dias é um livro aberto, sincero de uma garota que se liberta narrando 8 anos tomados de sua vida por um sequestrador desequilibrado.  Eu sinceramente, admiro muito a história dessa garota. Não é qualquer pessoa que aguentaria 8 anos de torturas psicológicas e físicas, humilhações, pressão e abusos. Manter sua mente sã e encontrar forças diante de uma situação como essa é muito complicado e admiro que a mesma tenha tido forças pra contar tudo isso em um livro e posteriormente em um filme. É um livro que mostra a força, a esperança e a esperança de uma garota que perdeu parte da infância e da adolescência por capricho de um homem que insistia que ela devia ser grata a ele. Um livro intenso cheio de detalhes e que precisa ser livro para você refletir sobre como certas coisas tem um impacto psicológico sobre a mente das pessoas e como temos que manter a sanidade para nos mantermos firmes e aguentar. Se você quer saber todos os detalhes dessa história interessante e sofrida o livro é uma boa pedida já que te faz não desgrudar das páginas. Super recomendado.


Sinopse 3096 dias / Natascha Kampusch 

Natascha Kampusch sofreu o destino mais terrível que poderia ocorrer a uma criança: em 2 de março de 1998, aos 10 anos, foi sequestrada a caminho da escola. O sequestrador - o engenheiro de telecomunicações Wolfgang Priklopil, a manteve prisioneira em um cativeiro no porão durante 3.096 dias. Nesse período, ela foi submetida a todo tipo de abuso físico e psicológico e precisou encontrar forças dentro de si para não se entregar ao desespero.

Agora, vamos falar do filme ....


Filme: 3096 dias
Título Original: 3096 Days
Gênero: Drama, Policial
Duração: 1 hora e 50 minutos
Lançamento: Fevereiro de 2013
Nota: 5 de 5

Comparando o livro com o filme após fazer a resenha do mesmo só posso dizer que a maioria das coisas foram muito fiéis aos relatos de Natascha no livro. 3096 dias no Cativeiro é um filme intenso e forte que mostra de uma forma visual e clara dando uma ideia do que a garota da Áustria passou durante os 8 anos em cativeiro. Raptada aos 10 anos, Natascha acorda em um lugar estranho e fechado. Um cubículo super protegido por um cara desequilibrado que pretende mante-la escrava e refém dele por longos anos. O modo como o filme foi retratado baseados nos relatos de Natascha foi bem interessante já que o filme se focou pouco na relação de sua família antes do sequestro e mais no que a garota passou durante os dias com o sequestrador. O filme começa mostrando um pouco da relação da garota ainda com 10 anos com a mãe antes de ir pra escola durante uma briga. Após levar um tapa, a garota vai embora pra escola sozinha apesar de a mãe a levar para a escola todo dia. Chateada e indo pra escola a pé, uma van branca aparece estacionada em seu caminho e ao passar por ela, a coisa acontece tão rapidamente que até parece mentira. Um cara a abre a porta da van e a puxa pra dentro batendo em sua cabeça. Quando acorda Natascha percebe que está em um lugar completamente diferente. Baseando as fotos do real cativeiro com as feitas no filme, o local que a garota ficou é bem fiel ao da realidade assim como a segurança máxima que o sequestrador colocava na porta de seu minúsculo quarto. Uma quantidade grande de um bloco de concreto, um cubículo e uma porta de madeira bloqueada por uma caixa. Após o rapto, o filme aborda os hábitos do sequestrador que tinha manias estranhas e desequilíbrios emocionais.




A contagem dos dias começa ao longo dos acontecimentos mais relevantes durante o período do cativeiro e devo dizer que é bem forte. Você tem que ter psicológico forte para ver um filme que retrata a pressão psicológica sofrida pela garota durante os longos anos. A atriz que interpreta que Natascha está de parabéns. A atuação da garota é impressionante, assim como a absorção das dores e do efeito dos abusos do sequestrador. As partes onde o sequestrador raspa a cabeça da garota, ou a deixa semi nua e sem comida são as mais fortes. A magreza da atriz também me impressionou já que foi bem fiel ao relato de Natascha no livro, os ossos aparecendo, a palidez, a fraqueza. Além das agressões físicas, as cenas mais fortes do filme são as obsessões e mal tratos do sequestrador e os abusos sexuais. Sim, houve abusos. Apesar de Natascha não ter mencionado isso no livro, ela autorizou a direção do filme a retratar os abusos que sofreu e não é por menos que a mesma não queria falar. O abusador era insano e dormia amarrado com Natascha por algemas e não posso pensar na sensação que a garota passou todas as vezes em que teve dormir colada ao um cara extremamente desequilibrado. Os abusos acontecem quando a garota já está crescida e todo o tempo o mesmo reforça o medo na garota e a obediência a ele. 



O filme é forte e intenso e retrata o que Natascha descreveu no livro voltado mais para as narrativas do que para a reflexão psicológica que a garota notou. Destaque para a atuação do ator que interpreta o sequestrador de Natascha que se aprofundou muito no papel e não deixou nada a desejar. A combinação dos dois foi perfeita e o jeito desequilibrado e obsessivo do sequestrador ficaram presentes durante os momentos retratados. Os eternos agradecimentos obrigatórios da garota sempre que o sequestrador fazia algo e não encarando seus olhos foram detalhes cruciais porém o sofrimento da personagem e sua força para manter a sanidade foram bem presente. O filme é fiel ao livro e retrata de uma forma que as pessoas entendam um pouco o que Natascha passou durante os 8 anos presa naquele cubículo. Um filme intenso de drama, coragem e sanidade de uma garota que se manteve firma para não se entregar ao desespero e pela vontade grande de viver. Recomendado.



O filme é baseado na história real de Natascha Kampusch, que foi raptada e mantida em cativeiro entre os anos de 1998 e 2006. Capturada em uma rua de Viena aos dez anos, o longa narra sua vida ainda em liberdade, passando pelo período de isolamento completo do mundo exterior, onde sofreu abusos físicos e psicológicos, até o momento de sua fuga e readaptação a vida em sociedade.  




Um comentário:

  1. Oi Cybelle, também assisti o filme e depois li o livro. Concordo com vc em praticamente tudo... Mas já pesquisou sobre a vida dela depois do sequestro? Fiquei super dividida... Ela infelizmente não conseguiu ter uma vida saudável e feliz depois de tudo que sofreu. O julgamento das pessoas massacrou com ela... Uma coisa bem louca! Adorei o post. Não conhecia seu blog e já curti! Virei te visitar mais vezes...rs
    Beijos

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